2. “Isso vai passar... mas poderia ter sido pior!”
Será mesmo!?
Durante uma vida, ainda que não leve muito jeito, você será procurado diversas vezes para ouvir e consolar. E não pode ser problema estar fechado para escutar desabafos ou indisposto a aconselhar, de fato, muitas pessoas não querem essa tarefa e por diversas razões. Sendo honesto consigo mesmo ao recusar esse papel, você também age sinceramente com o outro. Porém, se é seu plano se dispor a ouvir ativamente, desenvolva o diálogo sem usar expressões vazias de intenção e conteúdo, como: ˜isso vai passar” e “poderia ter sido pior˜. Dizer que “vai passar” é um princípio pouco elaborado porque certamente alguma mudança sobrevirá, seja em 1 dia, 10 meses ou 50 anos. Então, mencionar o óbvio, é ineficaz no alívio do sofrimento experimentado hoje. Por sua vez, imaginar que “poderia ter sido pior” é bom apenas quando nada de muito ruim aconteceu, como em um quase acidente. Todavia, nesse caso, quem conta a história não está procurando consolo. Porque se você perdeu R$1000 depois de um saque, não será reconfortante ouvir que poderia ter sido pior, que poderiam ter sido R$2000... Ser compreendido por alguém que transpareça que o entende de forma atenciosa já é suficiente para melhorar o estado mental e caracteriza a empatia. E se você ainda quiser ser especialmente útil para o amigo que o escolheu para ouvi-lo, leve-o para um sorvete ou uma caminhada no parque. Tirar o foco da situação aflitiva é a simpatia em ação, libera bons neurotransmissores no cérebro e ajuda a recolocar os pensamentos no lugar.
Cláudio Costa set/2016